Estamos
iniciando o mês de Maio, mês significativo, mês mariano, dedicado a Maria, Mãe
de Jesus. Celebremos também em maio o dia das Mães. A nossa paróquia no
decorrer deste ano de 2012 está oferecendo à possibilidade de aprofundarmo-nos na
intimidade com a Palavra de Deus, através do Curso Bíblico. O conteúdo que está
sendo trabalhado são os Evangelhos, iniciemos pelo Evangelho segundo São Mateus.
Mês mariano! Mês das mães! Curso
Bíblico! Evangelho de São Mateus! Todos estes temas serão abordados neste
pequeno artigo. Como? Iremos dar um voo sobre o Evangelho de Mateus, e perceber
as principais referências à Maria, e assim, salientar a relevância da sua
abertura ao projeto de Deus.
É fundamental termos como chave de
leitura, os textos do evangelho de Mateus em que Maria é mencionada, tudo é
centrado em torno da pessoa de José e não de Maria. Maria aparece como a esposa
de José. Ela não fala. Não diz uma só palavra. É José que faz com que Jesus
seja filho de Davi, capaz de realizar as promessas. Como esposa de José e Mãe
de Jesus, Maria participa no destino de Jesus.
Os textos são: Mt 1,1-17; Mt 1,18-25; Mt 2,1-12; Mt 2,13-23 Mt 13,55; Mt
27, 5.
1° - Mateus 1,1-17: A
genealogia de Jesus termina com esta frase: “José, o esposo de Maria, da qual
nasceu Jesus, chamado Cristo”. José é a raiz histórica e cultural de Jesus.
Jesus está situado na história de Israel desde Abraão, Davi, até José. Como
percebemos, Mateus utiliza em sua genealogia o protagonismo de cinco mulheres,
Tamar (1,3), Raab (1,5), Rute (1,5), Betsabéia (1,6), e por fim Maria.
Deus faz sua História na contramão da história, utiliza-se do lixo
humano para manifestar sua justiça, seu amor. As quatro primeiras mulheres
citadas na genealogia (Tamar, Raab, Rute, Betsabéia) questionam os padrões de
comportamento impostos pela sociedade patriarcal. No entanto, foram essas suas
iniciativas pouco convencionais que deram continuidade à linhagem de Jesus e
trouxeram a salvação de Deus para todo o povo. Foi através delas que Deus
realizou seu plano e enviou o Messias prometido. Realmente, o jeito de agir de
Deus surpreende e faz pensar! No fim, o leitor ou a leitora fica com a
pergunta: “E Maria? Por que ela fica ao lado dessas quatro companheiras? Existe
alguma irregularidade nela? Qual é?” A resposta a esta pergunta é dada em Mt
1,18-25.
2° - Mateus 1,18-25: O
aviso a José: "José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como
esposa". A gravidez de Maria acontece antes da convivência com José. Esta
gravidez ocorre não por desvio humano, mas por vontade divina, pela força do
Espírito Santo. O próprio Deus burlou as leis de pureza para que o Messias
pudesse nascer no meio de nós!
Se José tivesse agido conforme as
exigências das leis da época, deveria ter denunciado Maria e ela poderia ser
apedrejada. Mas José, por ser justo, não obedeceu às exigências
das leis de pureza. Sua justiça era maior e levou-o a
defender a vida tanto de Maria como de Jesus.
Por isso, devemos ficar atentos à vontade de Deus para acolhê-la mesmo
quando nos pede aquilo que não esperamos.
3° - Mateus 2,1-12: Os
Magos do Oriente buscam Jesus observando os sinais da natureza, a estrela. “Ao
entrar na casa, viram o menino com Maria sua mãe”. A mãe do rei tem um papel
preponderantemente como nos canta o salmista: “Filhas de reis vêm ao teu
encontro, de pé à tua direita está à rainha ornada com ouro de Ofir” (Sl
45,10). A esperança do Messias permanece “até que a mãe dê a luz” (Mq 5,2).
Sendo assim, é relevante sabermos reconhecer a presença da salvação num menino
recém nascido com sua mãe.
4° - Mateus 2,13-23: A
Fuga para o Egito: "Levanta-te, toma o menino e sua mãe!". “O menino
e sua mãe” é uma formula que aparece várias vezes nesta perícope, e tem a
finalidade de destacar o comprometimento de Maria em fazer a vontade de Deus. Um projeto não
pode ser abandonado.
Mateus nos apresenta Maria que
acolhe a Palavra de Deus, que diz sim ao seu projeto de amor. Maria, mulher dá
Palavra. Maria discípula missionária. Maria fiel. Maria, a mulher da discrição,
foi fiel a sua vocação no silêncio e no ordinário de sua vida.
Rodrigo J. Silva