terça-feira, 27 de setembro de 2011

SER PACIENTE

Durante as férias sentado à beira da praia conversando com um ancião, ele me disse: “a coisa mais linda do mundo é que um dia vem depois do outro. Nada como o tempo!”. Fiquei ruminando aquelas palavras e relacionando com a vida do ser humano pós-moderno. Com palavras simples revelou-me uma forma de viver, de encarar as situações limítrofes, as angustias, os sonhos, etc... Saber apreciar a beleza dum dia após outro, é ter consciência do significado que o tempo tem na cotidianidade. É saber que a paciência nos molda, e que o equilíbrio nas escolhas, nas respostas, muitas vezes vem do saber esperar. Por isso, a sabedoria é fruto da experiência de vida.
O ser humano pós-moderno devido ao imediatismo oferecido pela sociedade, vive um dos seus maiores dramas, a impaciência. Não sabe esperar! Muitas vezes a impaciência vem procedida de um discurso positivo, não perder tempo. Mas o intuito deste discurso é simplesmente para justificar a euforia exacerbada, não nos dando conta que estamos burlando a lei da paciência, da retidão, do equilíbrio, caindo na impulsividade.
 O amadurecimento é consequência dos anos, e estes, são nada mais e nada menos, do que um dia depois do outro. O ser humano por excelência foi Jesus Cristo. Quando estava junto de seus apóstolos tinha consciência de como a impulsividade era funesta.
Certo dia, estando Jesus a caminho de Jerusalém pediu aos discípulos que fossem preparar um local para repousarem, entraram num povoado de Samaritanos e estes não os receberam. Devido a rejeição, os discípulos tiveram um ímpeto de impulsividade: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los? Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. E partiram para outro povoado” (cf. Lc 19,51-56). Jesus ao repreender os discípulos nos revela a relevância da paciência.
A paciência fez Jesus entender o processo de maturação da fé dos Samaritanos, sabia que mais tarde, creriam Nele. A paciência dá possibilidade para a autonomia, ressaltando a liberdade. A paciência é corroborada à medida que as circunstâncias vão aparecendo, mas só há progressão se houver consciência. O texto de Lucas diz que após a repreensão Jesus partiu com eles para outro lugar. Isso significa que o processo de paciência não é inerte, é rotativo.
Sendo assim, tenhamos nós também consciência de nossas impulsividades, libertamo-nos delas, para que possamos chegar a uma verdadeira maturação. Nada mais belo do que um dia após outro. A natureza nos ensina a esperar!

Rodrigo J. da Silva

Um comentário:

Rafael disse...

Antes conjecturava, agora rumina... Tu evoluiu em rapaz... Sucesso!