Houve
também uma discussão entre eles: qual seria o maior? Jesus lhe disse: reis das
nações as dominam, e os que tiranizam são chamados de benfeitores. quanto a
vós, não deverá ser assim; pelo contrário, o maior dentre vós torne-se como o
mais jovem, e o que governa como aquele que serve. Pois, qual é o maior: o que
está à mesa, ou aquele que serve? Não é aquele que está à mesa? Eu, porém,
estou no meio de vós como aquele que serve! (cf. Lc 22,24-27). “A diakonía
[...] atualiza, no peregrinar da comunidade eclesial, o lava-pés da quinta-feira
Santa, na dedicação concreta de Deus nos irmãos, em especial aos mais pobres”.
Jesus
inicia sua caminhada pela região da Galiléia, realiza sua missão com a força do
Espírito Santo. A Galiléia é o espaço dos excluídos, longe da capital e do
templo, começa pela terra onde fora criado revelando o seu programa de vida
(cf. Lc 4,14-19). Em Jesus encontra-se a marca do serviço que se dá através da
libertação. “A libertação não é só de algo que oprime. É também libertação para
uma nova maneira de viver, para servir”. “Ele se inclinou para ela, conjurou
severamente a febre, e esta a deixou; imediatamente ela se levantou e pôs-se a
servi-los” (cf. Lc 4,39). “Ele cria um novo homem e uma mulher nova. Cria
homens e mulheres que descobrem o sentido e a alegria de servir”.
Devido
à importância do serviço como manifestação da caridade no processo de expansão
do Reino, Jesus destaca veementemente que o maior, o primeiro é quem serve (cf.
Lc 22,26). É relevante está opção em sua vida concreta, por isso, que seus olhos
sempre brilharam por aqueles que encontravam-se à margem, e chamava-os e
reconhecia-os como “bem-aventurados”. “Aquele que receber uma criança como esta
por causa do meu nome, recebe a mim, e aquele que me receber recebe aquele que
me enviou; com efeito, aquele que no vosso meio for o menor, esse será grande”
(cf. Lc 9,480.
Alteridade
e gratuidade sempre impulsionaram e interpelaram o coração de Jesus. Em
Cafarnaum, Jesus realiza visitas que deixam marcas, marcas de amor reveladas
por gestos de caridade. “Ensina aos sábados, dias em que se reúne a comunidade
na sinagoga. Vai também à casa de Simeão. Acolhe até o pôr-do-sol o povo que
sofre”. Zacarias já havia anunciado: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel,
porque visitou e libertou o seu povo” (cf. Lc 1,67).
A
diakonía, ou seja, a caridade através do espirito serviçal de Jesus é modelo
para a Igreja atual. Não importa a época, serviço sempre é manifestação de
amor, e amor é o “ser” de Deus que Jesus revelou. Da mesma forma, “o serviço é
constitutivo do ‘ser’ eclesial, de sua essência como mediadora da salvação de
Deus em Jesus Cristo. Por isso a Igreja é ‘corpo de serviço de Deus no mundo’.
Se a Igreja não for servidora, não serve para nada...”. Cabe apenas o
questionamento: a Igreja está servindo? E como está servindo? É um serviço que
liberta?
Rodrigo
José da Silva
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