quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A DIAKONÍA DE JESUS

Neste artigo gostaria de destacar o caráter serviçal de Jesus, ou a dimensão caritativa de Jesus. Seu grande objetivo era o Reino de Deus, mas o Reino iniciou-se com Ele, por isso, Ele mesmo deveria dar testemunho do Reino.
Houve também uma discussão entre eles: qual seria o maior? Jesus lhe disse: reis das nações as dominam, e os que tiranizam são chamados de benfeitores. quanto a vós, não deverá ser assim; pelo contrário, o maior dentre vós torne-se como o mais jovem, e o que governa como aquele que serve. Pois, qual é o maior: o que está à mesa, ou aquele que serve? Não é aquele que está à mesa? Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve! (cf. Lc 22,24-27). “A diakonía [...] atualiza, no peregrinar da comunidade eclesial, o lava-pés da quinta-feira Santa, na dedicação concreta de Deus nos irmãos, em especial aos mais pobres”.
Jesus inicia sua caminhada pela região da Galiléia, realiza sua missão com a força do Espírito Santo. A Galiléia é o espaço dos excluídos, longe da capital e do templo, começa pela terra onde fora criado revelando o seu programa de vida (cf. Lc 4,14-19). Em Jesus encontra-se a marca do serviço que se dá através da libertação. “A libertação não é só de algo que oprime. É também libertação para uma nova maneira de viver, para servir”. “Ele se inclinou para ela, conjurou severamente a febre, e esta a deixou; imediatamente ela se levantou e pôs-se a servi-los” (cf. Lc 4,39). “Ele cria um novo homem e uma mulher nova. Cria homens e mulheres que descobrem o sentido e a alegria de servir”.
Devido à importância do serviço como manifestação da caridade no processo de expansão do Reino, Jesus destaca veementemente que o maior, o primeiro é quem serve (cf. Lc 22,26). É relevante está opção em sua vida concreta, por isso, que seus olhos sempre brilharam por aqueles que encontravam-se à margem, e chamava-os e reconhecia-os como “bem-aventurados”. “Aquele que receber uma criança como esta por causa do meu nome, recebe a mim, e aquele que me receber recebe aquele que me enviou; com efeito, aquele que no vosso meio for o menor, esse será grande” (cf. Lc 9,480.
Alteridade e gratuidade sempre impulsionaram e interpelaram o coração de Jesus. Em Cafarnaum, Jesus realiza visitas que deixam marcas, marcas de amor reveladas por gestos de caridade. “Ensina aos sábados, dias em que se reúne a comunidade na sinagoga. Vai também à casa de Simeão. Acolhe até o pôr-do-sol o povo que sofre”. Zacarias já havia anunciado: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e libertou o seu povo” (cf. Lc 1,67).
A diakonía, ou seja, a caridade através do espirito serviçal de Jesus é modelo para a Igreja atual. Não importa a época, serviço sempre é manifestação de amor, e amor é o “ser” de Deus que Jesus revelou. Da mesma forma, “o serviço é constitutivo do ‘ser’ eclesial, de sua essência como mediadora da salvação de Deus em Jesus Cristo. Por isso a Igreja é ‘corpo de serviço de Deus no mundo’. Se a Igreja não for servidora, não serve para nada...”. Cabe apenas o questionamento: a Igreja está servindo? E como está servindo? É um serviço que liberta?

Rodrigo José da Silva

   

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